Na última semana, o setor de IA e tecnologia trouxe uma nova rodada de acontecimentos marcantes. A Tesla anunciou oficialmente sua guinada estratégica para IA e robótica, o Google escapou de uma divisão de negócios nos EUA, a Figma enfrentou forte queda de ações apesar do crescimento acelerado, e a Broadcom consolidou sua posição em chips ASIC para IA. Aqui estão os cinco destaques selecionados pela equipe iaiseek e nossa análise.
A Tesla publicou no X o Master Plan Part IV, marcando a mudança de foco da empresa de veículos elétricos e energia para inteligência artificial e robótica. O plano apresentou cinco princípios norteadores, incluindo “O crescimento é ilimitado” e “A inovação remove limites”, sinalizando um novo ciclo de expansão.
O foco está em condução autônoma (Robotaxi, Robovan) e robôs humanoides (Optimus), com a ambição de integrar robôs ao mundo físico por meio da IA e acelerar a prosperidade global.
Comentário:
Ao colocar IA e robótica no centro, a Tesla deixa claro que não é mais apenas uma fabricante de carros, mas sim uma empresa de tecnologia movida por IA. A condução autônoma é o pilar do plano, com potencial de transformar transportes urbanos e modelos econômicos. Contudo, o FSD ainda está em fase Beta, enfrentando desafios regulatórios e técnicos.
A visão de robôs realizando tarefas repetitivas e liberando a criatividade humana é atraente, mas para se tornar realidade será necessário superar barreiras de estabilidade algorítmica, adaptação legal e aceitação pública.
O tribunal proibiu o Google de firmar novos acordos de busca exclusivos, limitando sua capacidade de bloquear concorrentes. Ainda assim, a empresa manteve sua parceria valiosa com a Apple, essencial para garantir o status de mecanismo de busca padrão no iPhone.
O crescimento da IA generativa (ChatGPT, Grok, Perplexity) foi apontado como um fator-chave que intensificou a competição no mercado de buscas, enfraquecendo os argumentos para dividir o Google.
Comentário:
O Google evitou ser desmembrado em grande parte graças ao boom da IA generativa, que convenceu o tribunal de que o mercado de buscas está mais competitivo. Mas isso não é uma vitória definitiva. Com os usuários migrando para assistentes de IA em vez de buscas tradicionais, o Google enfrenta uma ameaça estrutural inédita.
A Figma reportou receita de US$ 249,6 milhões no segundo trimestre, um aumento de 41% em relação ao ano anterior, mas levemente abaixo da expectativa de Wall Street de US$ 250 milhões. As ações caíram mais de 14% nas negociações pós-mercado. Sob GAAP, o lucro líquido foi de US$ 846 mil, com 1.119 clientes gerando mais de US$ 100 mil em receita anual.
Comentário:
Para uma empresa de alto valor como a Figma, o mercado espera desempenho constantemente acima das previsões. Apenas “cumprir a meta” não é suficiente. A orientação financeira ligeiramente superior às expectativas desapontou investidores. Os lucros ainda são marginais, evidenciando desafios em monetização e controle de custos. A grande questão: a Figma conseguirá atingir lucratividade em escala sem perder sua trajetória de crescimento?
A Andreessen Horowitz publicou a lista “Top 100 Aplicações de IA Generativa para Consumidores”. ChatGPT e Gemini lideraram no web e no mobile, respectivamente. O DeepSeek, da China, ficou em terceiro lugar no web, enquanto a Coreia do Sul não teve nenhum representante. Baseada em tráfego global, a lista mapeia a competição no setor de IA ao longo dos últimos dois anos e meio: os EUA ainda lideram, mas a China mostra força crescente em aplicativos móveis.
Comentário:
Os EUA mantêm vantagem em modelos fundamentais e aplicações generalistas de IA, mas a ascensão do DeepSeek mostra a rápida aproximação da China, especialmente em inovação mobile. A transição de “seguidor de modelos” para “líder em aplicações” começa a se consolidar. A ausência da Coreia reflete a falta de inovação regional. A disputa futura será não apenas tecnológica, mas também de ecossistema, aplicações e geopolítica.
A Broadcom reportou receita fiscal de quase US$ 16 bilhões no 3º trimestre de 2025, alta de 22%, com lucro ajustado por ação de US$ 1,69—acima das expectativas. A receita de semicondutores ligados à infraestrutura de IA atingiu US$ 5,2 bilhões, salto de 63% em relação ao ano anterior, superando previsões. A empresa consolidou-se como força central no mercado de chips ASIC para IA, em parceria com Google, Apple, Meta e grandes operadores de data centers.
Comentário:
A vantagem da Broadcom no design de ASICs customizados está ajudando empresas a reduzir a dependência de GPUs generalistas, como as da Nvidia. Diferente da Marvell, que viu suas ações despencarem, a Broadcom foi recompensada pelos investidores. A rápida expansão da receita de IA consolidou-a como motor de crescimento central. Resta a questão: a Broadcom pode se tornar a “próxima Nvidia”?
Da guinada da Tesla à vitória regulatória do Google, do dilema da Figma à escalada da Broadcom, os eventos desta semana reforçam uma mensagem clara: a IA não é mais acessória, mas sim o campo de batalha central que molda o futuro da tecnologia.
A competição que se aproxima envolverá não apenas modelos, mas também ecossistemas, regulação e execução.
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