2 de maio de 2025 – A AES divulgou seu mais recente relatório de resultados trimestrais, e o panorama não é muito animador. Vamos analisar os números mais de perto.
A receita caiu abaixo da marca de US$ 3 bilhões, totalizando US$ 2,926 bilhões, uma queda de 5,2% em relação ao ano anterior e abaixo da expectativa dos analistas, que era de US$ 3,0475 bilhões. O lucro caiu 28,8%, chegando a US$ 441 milhões. A receita líquida sofreu uma queda ainda mais acentuada, 89,4%, ficando em US$ 46 milhões atribuíveis aos acionistas da AES.
Com isso, o lucro por ação (EPS) caiu 46% em relação ao ano anterior, e o EPS ajustado (non-GAAP) foi de apenas US$ 0,27, bem abaixo da estimativa dos analistas, que era de US$ 0,34.
Um dos temas mais comentados nos últimos anos é o aumento do consumo de energia por parte da inteligência artificial (IA).
De acordo com dados públicos, em 2024 a AES assinou 6,8 GW em novos contratos, incluindo 4,4 GW em acordos de compra de energia (PPAs) de longo prazo para fontes renováveis e 2,1 GW destinados a atender a crescente demanda energética de centros de dados no estado de Ohio. Ao final de 2024, o portfólio de projetos de energia renovável da AES somava 11,9 GW, com 4,9 GW em construção.
Neste relatório mais recente, a AES adicionou os projetos solares com armazenamento Salinas e Jobos, e informou ter completado 12 GW em construções de energia renovável ao longo de 2024. Para 2025, a previsão é de adicionar entre 1,2 e 2,2 GW, parte dos quais será direcionada ao fornecimento de energia para centros de dados de IA. Isso representa uma queda considerável em relação ao ano anterior.
Outro ponto importante é que os centros de dados de IA consomem uma quantidade enorme de energia. No entanto, a AES não mencionou especificamente os custos relacionados à IA neste relatório. A empresa indicou que seus investimentos de capital (CapEx) para 2025 devem ficar entre US$ 6,4 bilhões e US$ 7,2 bilhões, em grande parte voltados para infraestrutura de IA, como aquisição de GPUs. Mas será que esse investimento realmente trará retorno?
Pelo que se sabe até agora, a AES está usando IA como parte de sua estratégia para eliminar o uso de carvão. A IA está ajudando a otimizar o portfólio de energia renovável da empresa e a reduzir sua pegada de carbono — algo alinhado com a transição energética global. Além disso, a IA pode tornar o gerenciamento da rede elétrica e a distribuição de energia mais eficientes.
Em teoria, o aumento da demanda energética das empresas de IA nos EUA deveria impulsionar os negócios renováveis da AES. Porém, com base nos resultados deste trimestre, ainda não vemos impactos significativos da IA sobre o desempenho da empresa.
Por ora, o único ganho concreto para os acionistas é a manutenção do dividendo trimestral de US$ 0,17595 por ação, com pagamento previsto para 15 de maio de 2025. Mas será que isso é suficiente para manter os investidores interessados?
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