26 de setembro de 2025 · Panorama de 24 horas em IA: Expansão Global da Robotaxi da Baidu, Controvérsia do Visto H-1B, Meta Considera Gemini
Nas últimas 24 horas, o setor de IA registrou avanços importantes: a Baidu pretende levar sua robotaxi “Apollo Go” para mercados internacionais, senadores dos EUA questionaram a contradição entre pedidos de visto H-1B e demissões em massa, e a Meta iniciou conversas com o Google para adotar o modelo Gemini a fim de otimizar sua segmentação de anúncios. Esses acontecimentos refletem a intersecção entre adoção tecnológica, debates regulatórios e estratégias corporativas.
Robotaxi da Baidu “Apollo Go” mira expansão para a Austrália
A Baidu busca expandir seu serviço de táxis autônomos para novos mercados, incluindo a Austrália. A empresa já alcançou lucratividade operacional em diversas cidades chinesas, e agora o Apollo Go negocia com governos da Austrália e de partes do Sudeste Asiático para introduzir robotaxis nas ruas locais.
Comentário: Neste mês, o Apollo Go da Baidu recebeu uma licença de teste de direção autônoma das autoridades de Dubai. Alcançar lucratividade em várias cidades chinesas é um marco crucial. Enquanto muitas empresas ocidentais de robotaxi ainda queimam capital em busca de um modelo sustentável, a Baidu se beneficiou do ambiente de mercado chinês, do apoio governamental e de sua experiência tecnológica para atingir o equilíbrio operacional. A grande questão é: será que o Apollo Go terá êxito na Austrália, onde leis de trânsito, condições viárias, hábitos de direção e até mesmo o clima são bastante diferentes dos da China?
Polêmica do visto H-1B em meio a demissões
Os senadores americanos Dick Durbin e Chuck Grassley pediram explicações a dez grandes corporações sobre o motivo de apresentarem um grande volume de pedidos de visto H-1B ao mesmo tempo em que promovem cortes de pessoal nos EUA. Entre as empresas citadas estão Amazon, Apple, Google, Meta, JPMorgan Chase, Microsoft, Tata Consultancy Services e Walmart.
Comentário: O programa H-1B permite que 85 mil trabalhadores estrangeiros altamente qualificados ingressem nos EUA anualmente. Os principais beneficiários são a Índia (71%) e a China (11,7%). A preocupação levantada pelos senadores toca em uma questão central: se as empresas afirmam reduzir custos e demitir funcionários, por que buscar mão de obra estrangeira? Do ponto de vista corporativo, entretanto, os pedidos de H-1B geralmente fazem parte de uma estratégia de longo prazo de talentos, sobretudo para funções de alta especialização difíceis de preencher domesticamente. Se de fato for esse o caso, a justificativa continua válida.
Meta pode adotar modelo Gemini do Google
A Meta estaria negociando com o Google para usar o modelo de IA Gemini a fim de melhorar a precisão de seus anúncios. O plano envolve o ajuste fino do Gemini com dados publicitários da Meta para processar entradas multimodais — texto, imagens e comportamento do usuário — com o objetivo de aumentar a eficácia dos anúncios no Facebook e no Instagram.
Comentário: Apesar de ter investido dezenas de bilhões em IA, a Meta ainda está atrás do Google em otimização de anúncios e chatbots. A política de privacidade da Apple (ATT) restringiu significativamente o acesso da Meta a dados de usuários, comprometendo a segmentação de anúncios. Nesse contexto, recorrer ao Gemini parece ser uma medida inevitável. O movimento expõe a dependência da Meta de soluções externas quando sua própria IA não atende às necessidades — uma contradição para uma empresa que construiu seu império baseado em publicidade.
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